Com maior tempo de TV, União Brasil busca alternativa após desistência de Bivar - Impacto Rondônia

Com maior tempo de TV, União Brasil busca alternativa após desistência de Bivar


Ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta é cotado por ala do antigo DEM, enquanto Bivar defende o nome da senadora Soraya Thronicke (MS)

Porto Velho, RO - Dono do maior tempo de TV na campanha eleitoral, o União Brasil não lançará o presidente do partido, Luciano Bivar, como candidato ao Palácio do Planalto. A decisão, anunciada durante a convenção do União Brasil em Pernambuco, ocorreu após o parlamentar sugerir que a legenda poderia apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que não deve ocorrer.

Bivar tentará a reeleição a deputado federal por seu estado. Além dele, o deputado federal André Janones (Avante-MG) pode abrir mão da disputa, neste caso, para apoiar o candidato petista.

Agora, o União Brasil discute se liberará o apoio de seus diretórios a quaisquer candidatos ou se apresentará um novo nome para a disputa em outubro. O próprio Bivar defendeu, no discurso em que anunciou sua desistência, o nome da senadora Soraya Thronicke (MS) como a candidata à Presidência.

— Resolvi voltar e continuar na Câmara federal com a ajuda de vocês para que a gente possa continuar presidindo o partido com a força. Quero aqui hoje parabenizar o meu Senado Federal, na pessoa da senadora Soraya Thronicke, que em breve estará aqui em Pernambuco apresentando como uma alternativa para o nosso país — afirmou Bivar.

Mandetta cogitado

Eleita na onda bolsonarista de 2018, Soraya tem mais quatro anos garantidos no Senado e força dentro da legenda. Segundo interlocutores, ela teria dito a aliados que seu nome estaria “encaminhado” e que pode ser oficializada como candidata até terça-feira.

Mas lideranças do União Brasil ligadas ao DEM, que se fundiu com o PSL para formar o partido, têm outra aposta. Um grupo voltou a sondar o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta para ocupar a vaga. Mandetta, no entanto, não deseja abrir mão de um candidatura que considera competitiva ao Senado pelo Mato Grosso do Sul.

A maioria das lideranças da legenda prefere a alternativa por um novo candidato em sinal de neutralidade, já que nos estados o partido tem nomes alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula. No Mato Grosso, por exemplo, o governador Mauro Mendes, que concorre à reeleição, já anunciou que o seu palanque será de Bolsonaro.

Em Rondônia, o governador e coronel Marcos Rocha (União Brasil) também é simpático a Bolsonaro. Além disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é antipetista, temia ser prejudicado.
Mapa de distribuição de candidatos e apoios do União Brasil — Foto: Editoria de Arte

Mapa de distribuição de candidatos e apoios do União Brasil — Foto: Editoria de Arte

Há candidatos a governos estaduais da legenda, como ACM Neto (Bahia), que se beneficiariam de uma candidatura própria que impeça a adesão aos líderes nas pesquisas na disputa pelo Planalto. ACM foi uma das principais vozes contrárias à adesão à candidatura de Lula. Embora Bivar tenha desistido da candidatura após uma negociação com Lula, que deve apoiá-lo a tentar continuar na Câmara, o apoio formal do partido é considerado praticamente inviável.

— Temos que ver se passará por uma candidatura própria ou uma não candidatura. Vejo esses dois caminhos. E não vejo caminho com o PT — afirma o ex-deputado Mendonça Filho, que integra a direção da sigla em Pernambuco, terra natal de Bivar.

Estratégia petista

O PT tentava costurar um acordo para trocar a candidatura de Bivar na corrida à Presidência por um novo mandato na Câmara com a ajuda do PT em Pernambuco, onde Lula tem forte influência no eleitorado. Para o petista, cuja possibilidade de vitória em primeiro turno está na margem de erro, segundo a pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, a retirada de outros candidatos pode ser importante, ainda que Bivar sequer tenha pontuado no levantamento.

A decisão do União Brasil é aguardar com atenção, considerando sua força no Congresso e o tempo de TV que o partido dispõe. O União Brasil terá o maior tempo de propaganda eleitoral, com cerca de um minuto e 30 segundos de cada bloco de 10 minutos da campanha eleitoral de rádio e TV.

O partido, criado no fim de 2021 e homologado pela Justiça federal em fevereiro, terá R$ 782,5 milhões para a campanha eleitoral. Na Câmara, a legenda tem a quarta maior bancada, com 53 parlamentares e soma oito senadores, empatando com o Podemos como quarta maior bancada.

Bivar se incorpora a uma lista cada vez maior de nomes que se apresentaram ou cogitaram participar da disputa presidencial, mas ficaram pelo caminho. Na lista, o próprio Mandetta e o também ex-ministro do governo Bolsonaro Sérgio Moro, ambos atualmente no União Brasil. Além deles, os tucanos João Dória (SP) e Eduardo Leite (RS) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também saíram da corrida presidencial.

Fonte: O Globo


Com maior tempo de TV, União Brasil busca alternativa após desistência de Bivar Com maior tempo de TV, União Brasil busca alternativa após desistência de Bivar Reviewed by Da Redação on agosto 01, 2022 Rating: 5

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