MPF arquiva pedido de professor para impedir plantação de soja em área próxima a museu; jornalista acusa Aeronáutica de “omissão”

MPF arquiva pedido de professor para impedir plantação de soja em área próxima a museu; jornalista acusa Aeronáutica de “omissão”


Empresa vilhenense do agro venceu licitação para explorar a área da FAB

PORTO VELHO, RO
- Após consultas à IPHAN e à Força Aérea Brasileira, a quem pertence o imóvel, além de ofícios à empresa Agropecuária Masutti, que venceu a licitação para explorar a área, o procurador da República em Vilhena, Caio Hideki Kusaba, arquivou a representação do professor contra a atividade agrícola no local.

“As informações trazidas aos autos pelo IPHAN, pela FAB e p e l a AGROPECUÁRIA MASUTTI LTDA são uníssonas quanto à inexistência do cemitério citado na representação inicial, no qual teriam sido enterrados indígenas e personalidades históricas que compuseram a Comissão Rondon”, diz um trecho da decisão do procurador, ao encerrar o caso (CLIQUE AQUI e veja documento na íntegra).

HISTORIADOR REAGE

Na coluna que assina e é publicada em um site de notícias de Rondônia, o jornalista e historiador Júlio Olivar comentou o caso e acusou a Aeronáutica de ser omissa na proteção ao cemitério, um patrimônio cultural importante para as etnias da região.

Diz o comunicador em sua coluna: “em 2003 um cemitério indígena, localizado a 500 metros da Casa de Rondon, em Vilhena (sul de Rondônia), foi totalmente encoberto por uma plantação de soja. Detalhe: o terreno pertence Governo Federal (Aeronáutica) que foi omisso e não se pronunciou na época, desconhecendo e invalidando os efeitos devastadores acerca da preservação da memória nacional.

A sociedade civil agiu e pediu que, ao menos, a área do cemitério ficasse intocada nas próximas plantações. Nestas quase duas décadas o lote onde havia o cemitério ficou preservado, em meio à lavoura. Apesar de não ser mais possível de se identificarem as covas anteriormente marcadas por cruzes de madeira. À altura do início do século 21, eram identificadas 18 cruzes. O local era visitado, principalmente, pela comunidade indígena que vive na periferia de Vilhena.

Agora, em 2022, o cemitério — pequeno, medindo não mais que 20 por 20 metros — voltou a ser alvo de profanação — e tudo dentro da lei, com aval do governo. E mais uma vez a questão foi representada junto ao Ministério Público Federal (MPF), que decidiu arquivar o caso”

Fonte: Folha do Sul

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