Termo é usado para se referir a parcela do orçamento que, embora autorizada, não chega a ser efetivamente gasta pelos órgãos públicos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (11), em entrevista à CNN Brasil, que o resultado primário de 2025 deve ficar próximo do centro da meta, devido ao chamado empoçamento de recursos previsto para o ano. O termo “empoçamento” é usado para se referir à parcela do orçamento que, embora autorizada, não chega a ser efetivamente gasta pelos órgãos públicos.
Em 2024, por exemplo, o empoçamento somou R$ 12,5 bilhões, valor que ajudou o governo a atingir o resultado primário mais próximo da meta estabelecida.
“Vai acontecer este ano, se Deus quiser, se a arrecadação continuar vindo bem, o mesmo fenômeno que aconteceu no ano passado: em virtude do empoçamento, você acaba trazendo para bastante perto do centro da meta o resultado medido pelo BC”, disse Haddad.
O TCU (Tribunal de Contas da União) já alertou, em diversas ocasiões, que o governo deve perseguir o centro da meta fiscal, e não apenas a banda inferior, ao executar o orçamento.
Segundo Haddad, o Tesouro já argumentou junto ao órgão de controle que o empoçamento precisa ser considerado na execução orçamentária, justamente porque ele impede a aplicação integral dos recursos previstos.
“Isso tem que ser levado em consideração no momento de mirar a meta. Tenho que levar em consideração que não vou executar 100%. Quando você considera o empoçamento, você traz isso naturalmente para mais perto do centro da meta”, afirmou o ministro.
Na avaliação do ministro, afirmar que o governo mira a banda inferior — e não o centro da meta — desconsiderando o fenômeno do empoçamento, é uma "imprecisão técnica".
Para 2025, o governo tem a meta de zerar o déficit primário, mas conta com uma margem de tolerância que admite um resultado negativo de cerca de R$ 31 bilhões — o equivalente a 0,25% do PIB.