EUA restringem vistos de funcionários de governos da América Central por ‘exploração’ de médicos cubanos

EUA restringem vistos de funcionários de governos da América Central por ‘exploração’ de médicos cubanos

Desde que voltou à Casa Branca em 20 de janeiro, o presidente Trump incluiu Cuba novamente na lista dos países que patrocinam o terrorismo


Donald Trump. Foto: SAUL LOEB / AFP

Porto Velho, RO - Os Estados Unidos impuseram restrições de vistos a funcionários de países centro-americanos devido à “exploração” de médicos cubanos através do “trabalho forçado”, informou o secretário de Estado Marco Rubio nesta terça-feira 3, sem especificar quem são.

O governo cubano vende serviços a países terceiros através das chamadas “missões internacionalistas” que incluem atividades médicas, as quais, segundo analistas, representam a principal fonte de ingresso de divisas para a ilha.

O governo do presidente americano Donald Trump tomou medidas “para impor restrições de vistos a vários funcionários governamentais centro-americanos e seus familiares por sua ligação com o programa de trabalhos forçados do regime cubano”, afirmou Rubio em comunicado, sem especificar a que país ou países se refere.

“Os funcionários são responsáveis pelos programas de missões médicas cubanas que incluem elementos de trabalho forçado e exploração de trabalhadores cubanos”, acrescentou.

O programa de exportação de mão-de-obra “enriquece o corrupto regime cubano e priva os cubanos comuns da atenção médica essencial de que desesperadamente necessitam em seu país”, adicionou.

Segundo Washington, o objetivo é “apoiar o povo cubano em sua luta pela liberdade” e “responsabilizar aqueles que contribuem para um sistema de trabalho forçado”.

Rubio estimulou que outros países sigam seus passos.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, classificou em abril como “chantagem vulgar” a ameaça dos Estados Unidos de restringir vistos a responsáveis de países que contratam médicos cubanos, e defendeu suas missões médicas no exterior.

Washington inclui Cuba em sua lista suja de tráfico de pessoas porque, a cada ano, Havana envia dezenas de milhares de trabalhadores, principalmente pessoal médico, mas também professores, artistas, atletas, treinadores, engenheiros, técnicos florestais e quase 7 mil marinheiros mercantes, para todo o mundo, segundo o relatório anual apresentado em julho de 2024.

Havana rotula os trabalhadores que abandonam o programa sem completá-lo como “desertores” e indesejáveis — o que os impede de retornar a Cuba por oito anos — e considera que aqueles que não voltam no prazo de 24 meses “emigraram”, o que os faz perder direitos, afirma Washington no relatório.

Desde que voltou à Casa Branca em 20 de janeiro, o presidente Trump incluiu Cuba novamente na lista dos países que patrocinam o terrorismo e restabeleceu e ampliou a lista que proíbe algumas transações com empresas cubanas.

Por mais de seis décadas, Washington impôs um embargo comercial a Cuba. O país enfrenta uma grave crise que levou centenas de milhares de pessoas a emigrarem para os Estados Unidos nos últimos dois anos, tanto irregularmente quanto legalmente, segundo dados oficiais.

Fonte: Carta Capital

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