Rondônia apresenta quedas expressivas no desmatamento, mas segue com destaque negativo em degradação

Rondônia apresenta quedas expressivas no desmatamento, mas segue com destaque negativo em degradação


Deterioração florestal atinge níveis alarmantes na Amazônia

Porto Velho, RO – O mês de novembro marcou o sexto período consecutivo de aumento no desmatamento e na degradação florestal na Amazônia, segundo dados divulgados pelo Imazon. A área desmatada na região cresceu 41% em relação ao mesmo mês do ano passado, saltando de 116 km² para 164 km², enquanto a degradação florestal, caracterizada por danos causados por fogo ou extração madeireira, aumentou 84%, totalizando 2.882 km².

Entre janeiro e novembro de 2024, o desmatamento acumulado chegou a 3.654 km², apenas 7% inferior ao mesmo período de 2023 e a sétima maior área registrada desde o início do monitoramento do Imazon, em 2008. Por outro lado, a degradação acumulada no mesmo intervalo alcançou 35.751 km², sete vezes superior ao registrado no ano anterior₢ e o pior índice desde 2009.

“Esses aumentos consecutivos mostram a necessidade de ações de prevenção mais efetivas tanto em relação ao desmatamento quanto à degradação. E principalmente a partir de maio, quando as chuvas na Amazônia deverão reduzir”, destacou o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.

Pará lidera os índices negativos

O Pará, estado que sediará a COP 30, figurou como líder tanto no desmatamento quanto na degradação florestal em novembro. Foram desmatados 95 km² de florestas, representando 58% do total na Amazônia, e degradados 1.118 km², ou 39% do total registrado na região. Municípios como Uruará, Medicilândia e Pacajá estão entre os mais afetados. Além disso, nove assentamentos no Pará figuraram entre os mais degradados.

Rondônia: queda no desmatamento, mas alta degradação

Rondônia registrou uma redução de 71% no desmatamento, passando de 7 km² em novembro de 2023 para 2 km² no mesmo período de 2024. Contudo, o estado teve uma alta expressiva de 713% na degradação florestal, com 545 km² degradados.

O estado se destacou negativamente em relação às unidades de conservação (UCs), com quatro territórios entre os dez mais degradados da Amazônia. A Reserva Extrativista (Resex) do Rio Cautário foi a mais impactada, com 130 km² degradados, seguida pelo Parque Nacional (Parna) da Serra da Cutia, com 114 km², e a Resex do Rio Pacaás Novos, com 22 km².

Nas terras indígenas, Rondônia também figura em posições preocupantes. A Terra Indígena Pacaás-Novas registrou 111 km² de degradação, enquanto a Terra Indígena Rio Guaporé teve 101 km² afetados.

Mato Grosso: segundo maior índice

Mato Grosso foi o segundo estado com maior desmatamento e degradação florestal. Foram 23 km² desmatados e 737 km² degradados, um aumento de 684% em relação ao ano anterior.

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