MT SUSTENTÁVEL Resíduos de esgoto doméstico mudam a realidade de pequenas propriedades rurais em Cuiabá

MT SUSTENTÁVEL Resíduos de esgoto doméstico mudam a realidade de pequenas propriedades rurais em Cuiabá

 


Porto Velho, RO - Resíduos de esgoto doméstico estão mudando a realidade de pequenas propriedades rurais no entorno de Cuiabá (MT). A transformação em fertilizante orgânico, chamado de biolodo, tem proporcionado melhorias as pastagens e capineiras de pequenos produtores de leite, próximos ao cinturão verde da capital mato-grossense.

A propriedade do produtor de leite Sérgio Barbosa de Souza, há 40 quilômetros do centro de Cuiabá, há pouco mais de um ano foi escolhida pela Secretaria Municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico para ser uma Unidade de Referência Tecnológica. Do projeto veio uma usina de energia solar e uma ordenhadeira mecânica. Mais recentemente começou a ser testado no local o biolodo.



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A transformação começa em estações de tratamento de esgoto de Cuiabá. Nelas é possível ver o quanto a tecnologia é aliada da sustentabilidade. Ao invés das tradicionais lagoas de tratamento, foram construídos tanques, otimizando assim a utilização do espaço.

Mensalmente são coletados 1,5 mil metros cúbicos de esgoto na cidade de Cuiabá. Na estação, o líquido é separado do sólido. Depois de passar por vários processos, a água é devolvida ao rio. Os demais resíduos que antes eram destinados ao aterro sanitário, agora vão virar adubo para lavoura.Fazenda de Mato Grosso é modelo na produção sustentável em larga escala

“Hoje, a gente consegue ter uma produção de 30 toneladas por mês para o lodo, que a gente pode converter em biolodo. E, quando chegar no final e concluir o sistema de coleta de Cuiabá, sair de 79% para 91% de cobertura que temos na cidade e construir todas as estações de esgoto que temos para construir, a gente vai produzir 27 toneladas por dia. Isso é o que a gente vai ter disponível para distribuir de biolodo para a população”, comenta o gerente operacional da Águas Cuiabá, André Borges.


Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

Projeto do biolodo atende pecuária leiteira


Conforme o secretário de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá, Francisco Vuolo, inicialmente o biolodo é voltado para a pastagem para a pecuária leiteira.Escolas no Pantanal superam problemas com falta de água por meio de captação de chuva

“Dentro da cadeia produtiva do leite, a primeira etapa a ser cumprida é preparar o alimento para o gado e nessa preparação você começa com o solo de qualidade, trabalha com o capim bem qualificado e quando se fala de solo você precisa dos nutrientes”, diz Vuolo.

Para o lodo virar fertilizante, explica a supervisora de meio ambiente da Águas Cuiabá, Bruna Pain, é necessário acrescentar cal, misturar bem e deixar de 45 a 60 dias em leiras de compostagem. Depois disso está pronto para o uso.

“Todos os lotes de lodo que saí para o produtor são previamente analisados, garantindo que ele esteja com todas as condições para ser utilizado na agricultura”, frisa Pain.



Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

Produção de leite triplica sem aumentar o rebanho

O produtor de leite Sérgio Barbosa de Souza comenta que já deu para sentir a diferença na plantação de capim. Onde ele usou o biolodo é possível ver plantas com uma coloração mais verde do que onde não recebeu o fertilizante.Municípios do Pantanal se unem para ampliar mercado para pequena agroindústria

“Nós pegamos dez talos de onde não foi colocado e deu 3,2 quilos. Pegamos dez talos de onde foi colocado e deu 7,2 quilos. Lá no cocho dá uma diferença nas vacas também. Vaca que produzia no caso oito, nove litros foi para 23, 25 até 28 litros, tendo que fazer duas tiradas”, comenta o produtor.


Foto: Leandro Balbino/Canal Rural Mato Grosso

Com o resultado positivo, Sérgio se animou e está ampliando a capineira em mais dois hectares e meio. A pastagem também está sendo adubada. A previsão no sítio Nossa Senhora Aparecida é de que além da produção do leite, aumente a produção de queijo e requeijão. Os produtos são vendidos na feira de Cuiabá, garantindo o sustento e a permanência da família no campo.

Fonte: Por Viviane Petroli e Olmir Silvidini

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