
Tropas avançam em cidades estratégicas, e Kremlin afirma buscar cessar-fogo
PORTO VELHO, RO - Enquanto a expectativa gira em torno do segundo diálogo entre russos e ucranianos, nesta quinta (3), separatistas pró-Moscou em Mariupol ameaçam a estratégica cidade portuária com novos bombardeios.
"Precisamos esperar alguns dias até que a situação seja resolvida. A operação especial mostrou que ataques direcionados são possíveis", disse o porta-voz separatista Eduard Basurin, segundo a agência Interfax. "Civis não serão prejudicados, mas o inimigo na cidade será desmoralizado e se renderá."
O uso do termo "operação militar especial", um eufemismo para "guerra", virou obrigatório para a mídia russa, agora proibida de mencionar as palavras "invasão" ou "agressão", além, claro, de "guerra".
A cidade está cercada por tropas russas, afirmou nesta quinta o assessor do Ministério do Interior, Anton Heraschenko. Moscou tem constantemente bombardeado infraestruturas importantes da cidade, denunciou o Legislativo de Mariupol em comunicado nesta quinta-feira.
"Eles estão interrompendo o fornecimento de alimentos, bloqueando-nos, como na antiga Leningrado", afirma o texto. Mais cedo, o prefeito Vadim Boichenko relatou que a cidade está sem luz, água e aquecimento. "Estamos sendo destruídos como nação. Isso é genocídio do povo ucraniano", acrescenta o comunicado.
lá fora
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Apesar dos bombardeios constantes e das tropas russas que cercam a cidade, o Ministério da Defesa britânico, em seu último boletim, afirmou que Mariupol segue sob controle ucraniano.
Os russos também já tomaram Kherson, outro ponto estratégico na costa, situação já admitida pelo prefeito Igor Kolikhaiev, que, no Facebook, escreveu que as tropas de Putin assumiram o controle do prédio da administração central. A pasta britânica, porém, diz que a situação militar lá não está clara.
O controle das duas cidades, somadas ao domínio estendido dos separatistas pró-Rússia nas áreas históricas do Donbass, estabeleceria uma ponte terrestre ligando a Crimeia ao leste russo da Ucrânia.
A ofensiva de Moscou segue também em duas outras cidades importantes. Na capital Kiev, há relatos de bombardeios durante a noite, e o Ministério da Defesa russo disse ter atingido um centro de TV e rádio.
Já próximo a Kharkiv, segunda maior cidade do país que esteve sob forte bombardeio nos últimos dois dias, a Rússia afirma ter tomado Balaklia, a 90 km dali. Também na região, seis adultos e duas crianças morreram após um ataque a um prédio residencial de Izium. Uma igreja ortodoxa em Kharkiv foi danificada, mas não houve vítimas. Também houve bombardeios em Chernihiv.
Apesar da situação tensa, o Ministério da Defesa britânico mantém seu relatório de que as tropas russas fizeram pouco progresso nos últimos três dias na capital e que o comboio segue a 30 km de Kiev.
Com ameaças a cidades estratégicas, os negociadores ucranianos partem para a segunda rodada de negociações com os russos. Um representante de Moscou disse nesta quarta (2) que espera chegar a um cessar-fogo —avanço em relação à última reunião, quando o Kremlin não divulgou sua agenda.
Militares ucranianos são vistos no local que foi atacado pelos russos na capital, Kiev, na manhã de sábado (26) Sergei Supinsky/Sergei Supinsky- 26.fev.2022/AFPMAIS
Enquanto isso, a situação humanitária se agrava. Um conselheiro de Volodimir Zelenski fez um apelo às organizações internacionais, citando a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa).
"As cidades onde as tropas russas estão estacionadas imediatamente se tornam lugares de saques, roubos e assassinatos", escreveu Mikhailo Podoliak. "Precisamos de corredores humanitários –comida, remédios, ambulância, retirada. Precisamos de ajuda ativa, incluindo da OSCE. Chega de falar."
Em seu mais recente levantamento, a Acnur, agência da ONU para refugiados, divulgou que, em uma semana de conflito, um milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. "Para muitos outros milhões, dentro da Ucrânia, é hora de armas silenciarem, para que a assistência humanitária que salva vidas possa ser providenciada", escreveu no Twitter o chefe da agência, Filippo Grandi.
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A GUERRA NA UCRÂNIA
* Acompanhe últimas notícias sobre a ação da Rússia na Ucrânia
* Qual o motivo do ataque da Rússia à Ucrânia e o que quer Putin
* 7 mapas explicam a guerra na Ucrânia
* Conheça a história da Ucrânia, do estado de Kiev à independência da União Soviética
* Qual o objetivo da Otan e por que a Rússia não quer a Ucrânia no bloco
* Veja íntegra do discurso de Putin que anunciou invasão da Rússia à Ucrânia
* Quem é Zelenski, presidente da Ucrânia que virou alvo da Rússia de Putin
* Invasão da Ucrânia tem semelhanças com guerras recentes, da Bósnia ao Iraque
* Kiev ou Kyiv? Entenda a diferença na grafia do nome da capital da Ucrânia
"Precisamos esperar alguns dias até que a situação seja resolvida. A operação especial mostrou que ataques direcionados são possíveis", disse o porta-voz separatista Eduard Basurin, segundo a agência Interfax. "Civis não serão prejudicados, mas o inimigo na cidade será desmoralizado e se renderá."
O uso do termo "operação militar especial", um eufemismo para "guerra", virou obrigatório para a mídia russa, agora proibida de mencionar as palavras "invasão" ou "agressão", além, claro, de "guerra".
A cidade está cercada por tropas russas, afirmou nesta quinta o assessor do Ministério do Interior, Anton Heraschenko. Moscou tem constantemente bombardeado infraestruturas importantes da cidade, denunciou o Legislativo de Mariupol em comunicado nesta quinta-feira.
"Eles estão interrompendo o fornecimento de alimentos, bloqueando-nos, como na antiga Leningrado", afirma o texto. Mais cedo, o prefeito Vadim Boichenko relatou que a cidade está sem luz, água e aquecimento. "Estamos sendo destruídos como nação. Isso é genocídio do povo ucraniano", acrescenta o comunicado.
lá fora
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Apesar dos bombardeios constantes e das tropas russas que cercam a cidade, o Ministério da Defesa britânico, em seu último boletim, afirmou que Mariupol segue sob controle ucraniano.
Os russos também já tomaram Kherson, outro ponto estratégico na costa, situação já admitida pelo prefeito Igor Kolikhaiev, que, no Facebook, escreveu que as tropas de Putin assumiram o controle do prédio da administração central. A pasta britânica, porém, diz que a situação militar lá não está clara.
O controle das duas cidades, somadas ao domínio estendido dos separatistas pró-Rússia nas áreas históricas do Donbass, estabeleceria uma ponte terrestre ligando a Crimeia ao leste russo da Ucrânia.
A ofensiva de Moscou segue também em duas outras cidades importantes. Na capital Kiev, há relatos de bombardeios durante a noite, e o Ministério da Defesa russo disse ter atingido um centro de TV e rádio.
Já próximo a Kharkiv, segunda maior cidade do país que esteve sob forte bombardeio nos últimos dois dias, a Rússia afirma ter tomado Balaklia, a 90 km dali. Também na região, seis adultos e duas crianças morreram após um ataque a um prédio residencial de Izium. Uma igreja ortodoxa em Kharkiv foi danificada, mas não houve vítimas. Também houve bombardeios em Chernihiv.
Apesar da situação tensa, o Ministério da Defesa britânico mantém seu relatório de que as tropas russas fizeram pouco progresso nos últimos três dias na capital e que o comboio segue a 30 km de Kiev.
Com ameaças a cidades estratégicas, os negociadores ucranianos partem para a segunda rodada de negociações com os russos. Um representante de Moscou disse nesta quarta (2) que espera chegar a um cessar-fogo —avanço em relação à última reunião, quando o Kremlin não divulgou sua agenda.
Militares ucranianos são vistos no local que foi atacado pelos russos na capital, Kiev, na manhã de sábado (26) Sergei Supinsky/Sergei Supinsky- 26.fev.2022/AFPMAIS
Enquanto isso, a situação humanitária se agrava. Um conselheiro de Volodimir Zelenski fez um apelo às organizações internacionais, citando a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa).
"As cidades onde as tropas russas estão estacionadas imediatamente se tornam lugares de saques, roubos e assassinatos", escreveu Mikhailo Podoliak. "Precisamos de corredores humanitários –comida, remédios, ambulância, retirada. Precisamos de ajuda ativa, incluindo da OSCE. Chega de falar."
Em seu mais recente levantamento, a Acnur, agência da ONU para refugiados, divulgou que, em uma semana de conflito, um milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. "Para muitos outros milhões, dentro da Ucrânia, é hora de armas silenciarem, para que a assistência humanitária que salva vidas possa ser providenciada", escreveu no Twitter o chefe da agência, Filippo Grandi.
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A GUERRA NA UCRÂNIA
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* Qual o motivo do ataque da Rússia à Ucrânia e o que quer Putin
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