Coquetel da AstraZeneca reduz em 83% risco de Covid após seis meses

Coquetel da AstraZeneca reduz em 83% risco de Covid após seis meses



Porto Velho, RO - A AstraZeneca anunciou nesta quinta-feira (18) que o coquetel de anticorpos monoclonais criado pela farmacêutica contra a Covid-19 oferece proteção por seis meses, reduzindo em 83% os riscos de doença sintomática.
A empresa anglo-sueca também confirmou que um estudo separado, em pacientes com Covid-19 de leve a moderado, mostrou que uma dose mais alta do medicamento reduziu o risco de agravamento dos sintomas em 88%, quando ministrada até três dias após os primeiros sintomas. O tratamento é feito de uma só vez, com a aplicação de duas injeções sequenciais no no braço.


A empresa informa que o medicamento não é uma substituição à vacina, e sim indicado a pessoas que não respondem bem aos imunizantes. Cerca de 2% da população global é considerada em risco aumentado de uma resposta inadequada a uma vacina contra a Covid-19.

Isso inclui pessoas com câncer no sangue ou outros tipos da doença em tratamento com quimioterapia, pacientes em diálise, transplantados ou que tomam medicamentos imunossupressores para doenças como esclerose múltipla e artrite reumatoide.

Hugh Montgomery, professor da University College London, no Reino Unido, e investigador principal do medicamento, comemorou o resultado e lembrou que os ensaior clínicos foram feitos no período em que a variante Delta se espalhou na Europa.

“Esses resultados dão confiança de que essa combinação de anticorpos de ação prolongada pode fornecer aos pacientes vulneráveis ​​a proteção duradoura de que eles precisam para, finalmente, retornar à vida cotidiana. É importante ressaltar que seis meses de proteção foram mantidos, apesar do aumento da variante Delta entre os participantes de alto risco que podem não responder adequadamente à vacinação”, afirmou o pesquisador.


Além dos imunocomprometidos, em algum momento um grupo mais amplo pode se beneficiar do medicamento, como militares em serviço ou passageiros de navio de cruzeiro.

Longo prazo

Para o estudo Provent, da AstraZeneca, cerca de 5.200 participantes sem infecção foram divididos aleatoriamente em dois grupos, nos quais um voluntário recebeu, sem saber, um placebo ineficaz, enquanto dois receberam o Evusheld, nome dado pelo laboratório ao coquetel.

Os voluntários do estudo não foram vacinados, embora os grupos de alto risco tenham sido priorizados nas campanhas globais de vacinação. Qualquer pessoa que optou por ser vacinada durante o estudo foi excluída da análise.

Os voluntários do ensaio serão acompanhados por 15 meses para fornecer evidências de proteção mais duradoura.

O coquetel da AstraZeneca pertence a uma categoria de medicamentos que se baseiam em anticorpos monoclonais, que são proteínas feitas em laboratório que imitam as defesas naturais do corpo. Os anticorpos monoclonais são baseados em anticorpos que o corpo humano produz em resposta à infecção ou vacinação.


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